Entrega de notebooks

    Conforme previsto no cronograma do projeto, cada escola participante receberia um notebook para  realizar as tarefas necessárias para a implementação da estação meteorológica nas suas escolas. Pois bem, no dia 30/04/2019, cada escola foi visitada pelos professores Tânia e Alexandre, que fizeram a entrega dos computadores aos participantes do projeto. Nas imagens abaixo, segue o registro das entegas realizadas.

Figura 1: Colégio Estadual São Tiago.

Figura 2: Escola Municipal João Grendene.

Figura 3: Escola Municipal de Ensino Fundamental Santa Cruz.

Figura 4: Escola Municipal de Ensino Fundamental Antonio Minella.

Figura 5: Escola Municipal de Ensino Fundamental Nossa Senhora de Caravaggio.

Encontro - 23/04/2019

    Este encontro foi ministrado pela professora Fabieli, que deu continuidade aos tópicos abordados anteriormente, relacionados a lógica de programação. Novamente, as meninas foram conduzidas a um dos laboratórios de informática do IFRS - Campus Farroupilha (Figura 1). Após uma revisão das lições aprendidas com a prática da elaboração do algoritmo do sanduíche, realizada na semana anterior, a professora abordou com as meninas o conceito de variável, tipo de dados (inteiro, real, caractere e lógico), como declarar uma variável e a execução sequencial dos passos de um algoritmo.


Figura 1: As meninas no laboratório de informática.


    
Para elaborar seus primeiros programas e adaptar-se com uma linguagem de programação, as meninas foram apresentadas ao software VisualG. Este programa permite criar, editar, interpretar e também executar algoritmos em português estruturado (Portugol).

    Inicialmente, as meninas tiveram quatro tarefas para serem executadas no VisualG: 

  • Fazer um programa que exiba "Olá" na tela;
  • Ler o nome de uma pessoa e exibir na tela;
  • Ler o nome da pessoa e exibir na tela "Olá" seguido do nome lido;
  • Ler o nome e o ano de nascimento da pessoa (somente o ano), calcular a idade e exibir o nome da pessoa e a sua idade. 

    Uma possível solução para a última tarefa é exibida na Figura 2.

Figura 2: Exemplo de código desenvolvido no ViualG, utilizando Portugol.

    Em seguida, a professora Fabieli apresentou os tópicos referentes a operadores aritméticos, operadores relacionais e estruturas de repetição: seleção simples, seleção composta e estrutura de seleção encadeada.

    As meninas ficaram com seguintes as tarefa para serem executada ao longo da semana:

  • Fazer um programinha que faça a leitura da precipitação, e que informe na tela se choverá ou não (trabalhando a estrutura condicional);
  • Identificar mulheres importantes na computação e postar no grupo do Facebook;
  • Pensar onde será instalada a estação meteorológica na escola. O local deve ser livre de sombreamento, não pode ter obstáculos para o vento e deve ser longe de fontes de aquecimento (como ar condicionado, por exemplo). 



Encontro - 16/04/2019

    O encontro do dia 16/04/2019 foi ministrado pela professora do IFRS - Campus Farroupilha, Fabieli de Conti. Este, foi divido em duas etapas: na primeira, as meninas foram conduzidas para o laboratório de informática e tiveram o contato inicial com o uso de planilha eletrônica. Para isso, a professora Fabieli apresentou conceitos básicos do uso do Calc do Libre Office, como por exemplo: o que é uma célula, uma planilha, como salvar e abrir esse tipo de arquivo, como formatar uma página e imprimi-lá. Em seguida, foi apresentado como fazer uma tabela, formatá-la, utilizar funções (soma, média, subtração, etc.) e gerar gráficos. Para praticar tudo o que foi abordado, as meninas tiveram como tarefa, gerar o gráfico com os dados que as mesmas tinham coletado, no experimento em que tiveram que medir a temperatura de resfriamento da água em função do tempo (encontro do dia 02/04/2019).

    Após o momento de confraternização, as meninas foram introduzidas a lógica de programação. Neste ponto, Fabieli abordou o conceito de algoritmo: "sequência de passos para atingir um objetivo". Para praticar, entender e internalizar como os computadores são programados, as gurias tiveram como desafio criar um algoritmo que descrevesse as etapas necessárias para preparar um sanduíche (contendo pão, queijo e presunto). O que as mesmas não sabiam, é que teriam que testar na prática se o mesmo funcionaria (Figura 1).

Figura 1: Alunas da escola Antonio Minella que acertaram na primeira tentativa o algoritmo de preparação de um sanduíche.

    A tarefa foi bastante divertida e informativa, e as meninas perceberam na prática que uma única ação não descrita no algoritmo, faz com que o programa "não compile" e que por consequência, o sanduíche não fique pronto.

    Finalizada a prática, as meninas ficaram com tarefa escolher, escrever e testar um outro algoritmo de sua preferência, nas suas respectivas escolas.

Encontro - 12/04/2019

    Neste encontro, houve a participação especial da Carolina Brito, professora adjunta do Instituto de Física da UFRGS. Algumas das atividades realizadas pela professora são a coordenação do Programa de Extensão "Meninas na Ciência" (UFRGS), a participação no grupo de trabalho sobre questões de gênero, ligado à Sociedade Brasileira de Física e o podcast Fronteiras da Ciência. Neste dia, Carolina ministrou duas palestras: na primeira, a mesma abordou o tema "Mudanças climáticas no planeta terra": Evidências e impactos na vida de seres vivos. Neste momento, além dos participantes do projeto, ocorreu também a presença dos demais professores e alunos do ensino médio do Campus IFRS-Farroupilha. Esta apresentação foi dividida em cinco principais tópicos:
  • Evidências das mudanças climáticas (além das fotos): aumento na temperatura média global, elevação do nível dos oceanos, acidificação dos oceanos, diminuição do gelo marinho Ártico, dos mantos de gelo e dos glaciares, aumento da incidência de eventos extremos (secas prolongadas, chuvas de granizo, ciclones, etc.);
  • O que está causando as modificações no clima do planeta: alguns dos fatores que tem algum impacto são a órbita da terra, o ciclo solar, os vulcões, poluição com ozônio, desflorestação, poluição com aerossóis. Já os fatores que impactam grandemente o balanço energético da terra, e com isso provocam as alterações climáticas, são o efeito combinado dos gases de efeito estufa com as ações do homem: em menos de 200 anos (desde a revolução industrial) duplicamos a emissão de COna atmosfera, quando comparado com o valor dos últimos 120 mil anos;
  • Consequências: diminuição da salinidade (modificação das correntes marítimas), alteração do albedo (desbalanço energético da terra), aumento do nível do mar (a previsão é que aumentará ~50 cm até o ano 2100, elevando os riscos de inundação costeira), alterações da fauna e flora (estima-se que, hoje, 1 em cada 12 espécies pode ser extinta por causa das mudanças climáticas, e se mantivermos a mesma taxa de emissão, esse número será de 1 em cada 6 espécies);
  • O que fazer: reconhecer o problema, mitigá-lo (reduzir as emissões gasosas de efeito estufa - com o uso de energias renováveis - redução do consumo, reciclagem e reutilização de bens e matérias-primas, por exemplo), adaptar-se (melhorar as tecnologias de previsões de catástrofes, investir em sementes adaptadas, infraestrutura, etc.) e militância (lutar por políticas e governantes que implementem leis que incentivem e colaborem para a redução do problema);
  • Mensagem para levar para casa: o clima da terra sempre variou e as espécies são extintas naturalmente o tempo todo; O problema destas mudanças climáticas é que elas estão acontecendo muito rapidamente, sem que as espécies tenham tempo de adaptação; Principal causa desta rápida alteração: o excesso de COque estamos lançando na atmosfera desde a revolução industrial → provocando um excesso de efeito estufa.
Figura 1: Primeira palestra do dia apresentada pela professora Carolina Brito.

    Finalizada a primeira etapa, os participantes do projeto, tiveram um momento de confraternização e, em seguida, reuniram-se com Carolina para a segunda apresentação, intitulada: "Há poucas mulheres na ciência? Por quê? Para que mais?". Nesta palestra, Carolina abordou tópicos, como:
  • A perda da auto-estima que, vai ocorrendo ao ao longo do crescimento: por exemplo, aos 5 anos de idade, quando perguntados sobre quem é mais inteligente, meninos ou meninas? Meninos respondem: "meninos" e meninas respondem: "meninas". Já aos 7 anos de idade, quando realizado o mesmo questionamento, meninos e meninas respondem que os meninos são mais inteligentes. Outro exemplo, quando pesquisado no google o termo "meninas no laboratório", o primeiro resultado retornado é "limpar o laboratório - jogos para meninas".
  • Efeito tesoura: durante a escola, na escolha da carreira e ao longo da carreira: por exemplo, o percentual de bolsistas mulheres do CNPQ de ensino médio é de aproximadamente 40%. Na graduação esse valor cai para 35%, no mestrado e doutorado a 20% e por fim no topo da carreira, apenas 10% são mulheres. Algumas causas para o efeito tesoura: 
    • "Beliscões" do dia-a-dia: comentários de professores, amigos e familiares, como: "mulher só entra na faculdade para arrumar marido", "mulher gosta de apanhar", "tem que ser uma mulher como monitora do laboratório para arrumar essa bagunça", etc.;
    • Viés inconsciente: em um experimento realizado nos EUA, foram elaborados dois currículos: ambos contendo a mesma formação, cursos e experiências. Porém, em um deles foi colocado um nome masculino e no outro, um nome feminino. Estes currículos foram, então, encaminhados para diversos avaliadores (homens e mulheres) e esses deram os seguintes pareceres: o candidato masculino era mais competente, ágil e com maior poder de liderança e este, teve propostas salariais 20% maior do que a participante fictícia (mulher), que continha o mesmo currículo.
  • Educar a mulher transforma a sociedade: 
    • Redução da natalidade: nos países em que as mulheres estudam por mais tempo, o número médio de filhos por mulher é bem menor; 
    • Maior eficiência no mundo empresarial: neste, a eficiência é medida em lucro, ou seja, onde há maior diversidade (mulheres, negros, homossexuais, etc.), há mais lucro. Isso porque, existe uma maior variedade de opiniões, experiências, necessidades, etc.
    • Maior excelência: maior probabilidade de encontrar pessoas altamente capacitadas e habilidosas, que podem provocar grandes mudanças e impacto no mundo.
  • O que fazer para resolver o problema: ações para conscientização da existência do problema (teatros, podcasts, palestras), prêmios para mulheres nas ciências (Loreal, Carolina Nemes, etc.), editais para atrair mulheres para ciência (chamadas CNPq, Fundação Carlos Chagas, ONU mulheres, entre outros), iniciativas de divulgação (como o projeto meninas nas ciências, vídeos motivadores, etc.).
    No fim da apresentação (Figura 2), ocorreu um momento de troca de ideias entre as participantes do projeto, professoras e a palestrante. Algumas participantes compartilharam situações em que já se sentiram discriminadas ou presenciaram esse tipo de acontecimento, e o preconceito com atividades e  comportamentos que ainda são considerados como sendo de meninos.


Figura 2: Momento de bate-papo sobre algumas dificuldades encontradas no dia-a-dia pelo fato de se ser mulher.


Encontro - 02/04/2019

    Neste encontro, na primeira etapa ocorreu a participação da professora Pâmela Perini, que apresentou a palestra intitulada: "Aquecimento global: impactos para os seres vivos". Nesta, foram abordados tópicos como o derretimento de geleiras, o impacto para os animais e as mudanças no habitat dos mesmos. Também foi comentado sobre a extinção das espécies, o desequilíbrio do ecossistema e o aumento da temperatura e acidez da água.
Em seguida, o professor Alexandre abordou o tema: "Grandezas física e medidas". Alguns dos tópicos discutidos foram: 
  • Grandezas físicas fundamentais (comprimento, tempo, massa, temperatura, quantidade de matéria, corrente elétrica e intensidade luminosa) e secundárias (criadas a partir das fundamentais, por exemplo: área, aceleração, energia, etc.)
  • Variáveis climáticas: temperatura ambiente, umidade relativa do ar, velocidade do vento,  direção do vento, pressão atmosférica, irradiância global e índice de ultravioleta.
    Foi, então, realizado pelas meninas um experimento para trabalhar a habilidade de medição de dados (Figura 1). O experimento efetuado foi o seguinte: medir a curva de resfriamento da água usando um termômetro de bulbo. Cada escola recebeu um becker contendo água quente. A cada 1 minuto deveria ser feito uma medida de temperatura e anotado o valor desta e o tempo em que a medida foi feita. Isso deveria ser repetido até que a temperatura não variasse mais significativamente. Então, utilizando papel quadriculado, as alunas deveriam colocar todos os pontos medidos, fazendo um gráfico. No eixo vertical deveria ir a temperatura e no eixo horizontal o tempo. Feito isso, as alunas deveriam unir os pontos com retas e depois, com uma linha que melhor represente o comportamento do gráfico.

Figura 1: Medindo o resfriamento da água em intervalos de 1 minuto.

    Como atividade para serem entregue no próximo encontro, ficou a análise dos seguintes questionamentos:
    a) Qual a temperatura inicial da água?
    b) Qual a temperatura final da água?
    c) Quanto tempo leva para a água atingir a temperatura média (média entre a temperatura inicial e final)?
    d) A água esfria sempre no mesmo ritmo (a cada minuto a temperatura muda a sempre a mesma coisa)?
    e) Se o ritmo de esfriamento da água não é sempre igual, então, quando ele é maior?
    f) Será que a temperatura final da água fica sempre igual a temperatura ambiente?

    Após o momento de confraternização entre os participantes do projeto, o professor Alexandre apresentou um sistema de aquisição de dados automatizado, para exemplificar como o sistema de coleta de dados das estações meteorológicas funcionará. A tela do resultado obtido pelo sensor pode ser observado na Figura 2.

Figura 2: Exemplo de curva de medição de temperatura obtida automaticamente.

    Na etapa final do encontro, a professora Tânia apresentou como funciona o procedimento para a obtenção da umidade relativa do ar. Para isso, foram utilizados dois termômetros: um com bulbo seco (que mediu 28 ºC) e o outro com bulbo úmido (24 ºC). Para obtenção do valor da umidade relativa do ar, utilizou-se uma tabela semelhante a ilustrada na Figura 3. Nesta, na primeira coluna vertical é observado a temperatura medida no bulbo seco. Já na coluna horizontal é observada a diferença entre a temperatura de bulbo seco e bulbo úmido (28 ºC - 24 ºC), ou seja, 4 ºC. Olhando a intersecção das duas colunas (semelhante a analogia do jogo batalha naval), obtém-se o valor da umidade relativa: no exemplo, 72%.
Figura 3: Tabela para obtenção da umidade relativa do ar. Acessada em: Brasil Abaixo de Zero.

    Por fim, foi solicitado que cada escola execute a seguinte tarefa: Medir a umidade relativa do ar na escola, duas vezes ao dia, até o próximo encontro (data final da medição: 15/04/2019). Deverá ser entregue a tabela com as medidas da temperatura do bulbo seco, bulbo úmido e a umidade relativa. Um exemplo do que deverá ser entregue pode ser observado na Figura 4.

Figura 4: Modelo de tabela que deve ser entregue no próximo encontro.

    Uma tarefa optativa que foi sugerida é pesquisar a umidade relativa média das cidades de Assuan e Antofagasta.